PERPÉTUA SINA

119 - PERPÉTUA SINA

DE: MARCELO GUIDO

EM: 29.MAR.2000 ÀS 18:36: 36H

P/: PATRÍCIA ARAÚJO

EM: CAMANDUCAIA/MG

HISTÓRICO: Vinte meses após, repetiu-se a saga: religiões distintas e adversos mundos destroem duas vidas. Uma mulher para salvar a integridade de seu benquisto sacrifica-se e, simultaneamente, o mata também... Uma lágrima rolou por meu rosto nas dependências da Escola Virgínia Marcondes Escobar justamente no dia do meu 23º aniversário, duas semanas após eu ter conquistado na Bahia o título de Campeão Mundial de culturas do CCL. Naquele momento, trocaria toda a inteligência do planeta por um novo interlúdio que representasse o espírito de nobreza e sensatez que, se nem sempre foi feliz, ao menos foi belo e demasiadamente puro. A convite de Patrícia eu regressei ao Magistério da EEVME e, com a fatalidade de sua saída, quis abandonar a escola como já havia feito em Extrema no ano de 1998, após ter sido o Campeão Escolar daquele colégio no ano anterior. Mas, desta vez, prossegui mesmo sem Patty sem saber ao certo se fazia isso para me provar que VAN LYRA era maior que MARCELO GUIDO ou se apenas para demonstrar para minha alma que meu sonho estava acima do bem e do mal. Do meu mal. Os títulos das duas Feiras Culturais, a criação do grêmio e meu Mandato me provaram que foi sábia a dolorosa decisão...

Minha solidão resume-se à própria doutrina da treva

Quando, por coincidência, o meu sonho Meu Amor carrega

Arrasando-o para apenas me resguardar, tal qual justiça cega

Que salva uma verdade, mas não concede a Morte e de mim A leva...

... Questiono-me qual o fel valor do meu haver

Se sua presença jamais poderei ter

Assistindo ao dogma que ressurge sem eu perceber...

Destruindo meu coração que, agora, nada mais sabe dizer...

Assim o trovão do meu vazio, sorrateiro, me afeta

Tornando sombra do desguarnecido poeta

Reduzido a um rascunho de timidez do voraz ferido...

Talvez, por isso, a recordação jamais se cicatrize

Consolidando enigmas de estigmas do interlúdio mero vivido

Para que, de fato, caprichosamente, meu almejo não se realize...