Rabiscando pela madrugada
Noite fria, calhas pingando
Orquestrando a chuva fina.
Entre um pingo e outro
Ouço o vento
Tocando nas folhas
Das árvores da rua.
Aqui dentro o silêncio impera
O relógio da sala
Vez ou outra
Rompe a barreira
E se faz presente.
Um assobio surge de repente
É o vigia noturno
Vagando rotineiro pela rua
Zelando por nós moradores.
Fico pensando se ele sabe
Que acordada estou a ouvi-lo
Com seu andar sorrateiro
Vai e volta a parar
Novamente em frente
A minha janela, a assobiar.
A chuva não para
Tem bem duas horas
Meus pensamentos vagam
Voam pela noite afora
Até encontrar finalmente
O amanhecer.