Flor de Plástico e Seu Intinerário

Elas não têm aroma

Não morrem, nem vivem

Pousam.

Dotadas de uma impáfia, uma indiferença

Voluptuosas... Fazem pouco caso de tudo.

Das horas que passam

Dos versos que eu faço

Das moscas que transitam entre suas pétalas

São umas dondocas

Peruas maquiladas

Esnobes e cretinas

Não são minhas

Não são de ninguém

Coisa sem dono

Res nullus

Nenhum anjo lhes guarda

Nenhum cão lhes ladra

Solitárias e bossais

Industrializadas e bestiais

Camufladas

Não criam rugas

Não caem-lhe as hastes

Obscenas e inférteis

E viverão mais que eu...

Tão antipáticas, que não lhes atiro ao lixo por pena do vaso!