AS TARDES NA BIBLIOTECA
Era uma vez...
Num lugar bem distante
Crianças que sonhavam crescer...
Toda tarde, antes do inicio da aula
Buscavam as maravilhas do mundo e das gentes
Com o desejo supremo do saber
Momentos preciosos, detentores de prazer.
Reuniam a mesa da biblioteca
Em busca do amor ao saber e ao saber viver.
Passava as horas
Alegres, folheando
De Lispector as façanhas de Lobato.
Bastava apenas contemplar:
Integração, menino... menina
Havia brilho inserido em cada olhar.
Promessas sublimes
Gentil homem e mulher do mundo
Novas esperanças... assim tornar útil toda existência.
Ainda como tudo é transitório e mediocre
O abuso de poder sobre quem não tem
Alimenta a vaidade de muitos...
O templo vivo, porta foi a chave encontrada
A boca serrou o sorriso... em cada face um desapontamento
E o barulho das páginas foi transformado em silêncio
Biblioteca igreja dos esperançosos
Centro e força de ciência, arte, filosofia, literatura e poesia
Fiel defensora da cidadania
Para aquele momento, traz as portas fechadas.
Pois queriam vê-la super arrumadinha
Em total silêncio e na penumbra do vazio.... sem gente lá dentro!
Não podiam mais entrar
E render graças ao deus da luz
Não podiam desarrumar...