Mancha árdua
A chuva insiste lá fora
e em mim, tantas coisas
tolas...
Persiste a lembrança
da lingerie não usada
(e do olhar correspondido)
Das tantas horas
desperdiçadas
Do colo confortável
dos falsos amigos
O tapa impensado me agride
novamente
mas agora, não são vergões
que destoam em minha face
A mesma ausência me visita
solenemente
mas agora, não são flores
que enfeitam minha casa
Tudo o que vejo
é joio.
Mas sei assobiar
o cio (da terra)
Eu disse que era tolo!
Mas insisto,
nessa nódoa
tão difícil
que não sei tirar,
chama mágoa,
esse míssil
que habita meu olhar