NOS OLHOS DO CHACAL

Nos olhos do chacal

tu se fez bela ninfa de volúpias

entre cantatas de riachos, florestas

transmontando altaneira, divinal

árvores de pele rubras,

troncos sinuosos, jambo-carmesin

transformando-se, ora em sereia aliciante

Ora em loba coleante,

sensual

Nos olhos do chacal

Seu lábios de matiz escarlate,

Seu corpo de canela, híbrida cinderela

Me engolfa entre uivos, silvos e susurros,

como um ensandecido animal

Nos olhos do chacal,

sua imagem encerrada em lua nua, toda cheia

toda sua, embebida em jasmim,

ao espargir sua fragrância, bela flor da azaléia

do sono, erguem as cabeças em uníssono,

embevecida, sai em disparada a alcatéia

No olhos do chacal

ora és maviosa brisa tépida,

deslizas n’alma suas asas, qual anjo sideral

Ora, com olhos de fogo, corpo caudaloso, dentes afiados

arrebata-me para tuas sendas do mal

No espelho,

dos meus olhos de chacal,

resta-lhe contemplar,

galvanizado, seus encantos haurir

nada me solicita, mas felinamente,

parece tudo determinar,

seduzir.

poesiasegirassois.blogspot.com

Davi Cartes Alves
Enviado por Davi Cartes Alves em 23/03/2008
Reeditado em 06/04/2008
Código do texto: T913420
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