NOS OLHOS DO CHACAL
Nos olhos do chacal
tu se fez bela ninfa de volúpias
entre cantatas de riachos, florestas
transmontando altaneira, divinal
árvores de pele rubras,
troncos sinuosos, jambo-carmesin
transformando-se, ora em sereia aliciante
Ora em loba coleante,
sensual
Nos olhos do chacal
Seu lábios de matiz escarlate,
Seu corpo de canela, híbrida cinderela
Me engolfa entre uivos, silvos e susurros,
como um ensandecido animal
Nos olhos do chacal,
sua imagem encerrada em lua nua, toda cheia
toda sua, embebida em jasmim,
ao espargir sua fragrância, bela flor da azaléia
do sono, erguem as cabeças em uníssono,
embevecida, sai em disparada a alcatéia
No olhos do chacal
ora és maviosa brisa tépida,
deslizas n’alma suas asas, qual anjo sideral
Ora, com olhos de fogo, corpo caudaloso, dentes afiados
arrebata-me para tuas sendas do mal
No espelho,
dos meus olhos de chacal,
resta-lhe contemplar,
galvanizado, seus encantos haurir
nada me solicita, mas felinamente,
parece tudo determinar,
seduzir.
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