Filósofo amador
Vou à cozinha e me sirvo de café
Sento-me e olho
Esta tarde completamente cinza
E começa nela
A minha viagem sem fim
Sem começo
Sem volta
Um rosto não sai dos meus pensamentos
Entretanto não é o seu
É um rosto novo
E ao mesmo tempo familiar
Sua expressão me faz sorrir e chorar
Simultaneamente
Continuo pensando
E, sem querer, concluo
Que este rosto está aqui
Devido à ausência de ti
Minha vontade agora
É levantar dessa cadeira
Jogar meu café na pia solenemente
Sair pela tarde gris
Está comprada a passagem de volta.