Quem pode julgar?
Eu sou julgado ou você é julgado
No palpitar forte do coração,
No corpo trêmulo de emoção...
Desfaz-se da angústia
Da dor da acusação.
Quem pode julgar?
Não permita se dar esse direito.
Baseado em que?
Somos fúteis, frágeis, dissimulados.
Morremos, em nossos próprios leitos.
Quem pode julgar?
Os olhos do mundo são cegos.
Só ver aquilo que deseja ver...
A ignorância também é cega.
Mesmo em teoria, sabendo ler.
Quem pode julgar?
Destroça, despedaça, a qualquer sentimento,
nas entranhas inibidos.
Não importa o lamento...
Julga-se bem merecido.
Eu ou você somos julgados...
Abre as fendas do peito...
Deixa jorrar o amor...
Um dia sente-se aqui...
Noutro... Onde será essa dor?
Quem pode julgar?
Ocultamos o nosso rosto verdadeiro.
Por medo ou rebeldia
Face estranha aparece
Em momentos de covardia.
Eu ou você somos julgados...
Acusamos sim... Todo dia.
Somos donos da verdade.
Infelizes... Os bem culpados
Os que vivem marginalizados e injustiçados.
Quem pode julgar?
Julgamos ser superior.
Eleva-se o nosso espírito...
Condenamos, e humilhamos.
É o nosso desejo maldito.
Eu ou você somos julgados...
Se isso nos conforta
Se assim somos vingados...
Deixamo-os em paz...
Esqueçam!--- Os condenados.