Transfusão
Quero me livrar deste amor antigo,
tão antigo que nem sei se existiu
Seria o primeiro ou quem sabe o último?
Amor que nem uma página preencheu...
Desejo que ele se vá com as ondas
do mar raivoso, ao encontro das muralhas.
Não me trouxe plenitude, muito menos sossego,
nem tampouco vitórias nas minhas batalhas.
É tão antigo que amarelou meu sangue
esvaindo o viço de um tempo esplendoroso.
Amor bandido, solitário, exangue
no grito mudo do meu olhar aquoso.
É preciso me livrar para que o novo chegue
e me abarque inteira sem nenhuma apreensão
Torne-me cúmplice, amante, companheira
e remoce o sangue no meu coração.