Um fim para um início

Beijou-o no rosto e seguiu em frente.

Alguns passos e outros metros parou,

Voltou-se como quem omite algo

Ou todas as coisas necessárias... sim,

Aquelas que se dizem nos momentos

Que findam um intenso e não resolvido

Envolvimento significativo, relações

Que cruzam os anos e sucessivamente

Retornam em pensamentos quase reais.

Aproximou-se e de súbito replicou,

-Ainda existe, mas é melhor assim.

Sinceramente não aceitou o contradizer

presente em uma simples e direta afirmação

Em que aspirava ainda um recomeço,

Este talvez de certa forma,

Não mais conveniente pelos desencontros.

Sentia vontade de permanecer inerte

Esperando que a chuva inundasse,

Podendo então afogar o instante

O qual destruiu ostensivo o seu mundo.

Escureceu enfim o sol que iluminava

A alma e o coração, puros e sonhadores...

Não estes, mas aqueles existentes

Da época do brilho feliz que ocultava

E conservava pálida a chama da solidão.

Secou o rosto e continuou a vida,

O caminho até a casa representava

O infinito, assim como o vazio

Dissolvia o amor próprio,

Abria-se à sua frente o abismo

Da desilusão...

Fenda que por muitas vezes tentamos

Nos lançar para que nossos desalentos

Se estanquem.

...Desalentos causados por situações

Relacionadas ao indecifrável e

Sofrível sentimento que nos move

Mesmo não mais existindo...

Gimi Ramos
Enviado por Gimi Ramos em 21/03/2008
Código do texto: T910734
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