Um fim para um início
Beijou-o no rosto e seguiu em frente.
Alguns passos e outros metros parou,
Voltou-se como quem omite algo
Ou todas as coisas necessárias... sim,
Aquelas que se dizem nos momentos
Que findam um intenso e não resolvido
Envolvimento significativo, relações
Que cruzam os anos e sucessivamente
Retornam em pensamentos quase reais.
Aproximou-se e de súbito replicou,
-Ainda existe, mas é melhor assim.
Sinceramente não aceitou o contradizer
presente em uma simples e direta afirmação
Em que aspirava ainda um recomeço,
Este talvez de certa forma,
Não mais conveniente pelos desencontros.
Sentia vontade de permanecer inerte
Esperando que a chuva inundasse,
Podendo então afogar o instante
O qual destruiu ostensivo o seu mundo.
Escureceu enfim o sol que iluminava
A alma e o coração, puros e sonhadores...
Não estes, mas aqueles existentes
Da época do brilho feliz que ocultava
E conservava pálida a chama da solidão.
Secou o rosto e continuou a vida,
O caminho até a casa representava
O infinito, assim como o vazio
Dissolvia o amor próprio,
Abria-se à sua frente o abismo
Da desilusão...
Fenda que por muitas vezes tentamos
Nos lançar para que nossos desalentos
Se estanquem.
...Desalentos causados por situações
Relacionadas ao indecifrável e
Sofrível sentimento que nos move
Mesmo não mais existindo...