Sorte de Poeta
Quieto,
a um canto qualquer
depositado
larguei meu corpo
cansado
e o deixei repousar.
Sério,
por um tempo qualquer
não aferido,
apaguei minha mente
perdido
depois de tanto sonhar.
Triste,
por um sonho qualquer
magoado,
escondi-me, espírito
enjoado
já de tanto apanhar.
Acorda-me
o coro de tuas palavras
que em verso de carinho
me traz alegre despertar.
Beija-me
o vento, liberto de travas,
que aos versos do caminho
me faz alegre retornar.
Solto-me
e pelas penas
de minha pena
ponho-me a voar.
Sorte daquele
que tem o vento a lhe guiar.
Sorte do poeta
que tem alguém a lhe escutar.