Sina de Poeta
Triste sorte a do poeta
que embala sonhos alheios
com o canto
que sangra
de seu próprio desencanto.
Triste sorte a do poeta
que a todos encanta
e causa suspiros
e causa arrepios
enquanto se extingue
em soluços
que ninguém jamais lerá.
Triste sorte a do poeta
que tece em versos
novos mundos
e belos sonhos
com os fragmentos
de sua própria ilusão.
Triste sorte a do poeta
que outras vidas ilumina
com sua arte e ofício
enquanto em chama
se consome
feito fogos de artifício.