MEU DICIONÁRIO - II

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MEU DICIONÁRIO - II

Só fica da lima, a ASPEREZA,

de gente sem delicadeza

o que a gente faz, elimina,

só fica no livro, gente fina.

Ponho pra fora, BAJULADOR,

o cara que se finge de amigo,

em geral é um traidor,

isso não combina comigo.

CAFAJESTE, tipinho inútil,

duro de se agüentar,

este não serve, é fútil,

vai da página se ausentar.

DUREZAS a vida tem

e temos que enfrentar,

mas aquela do sem vintém,

vou ter que expulsar.

À EUTANÁSIA sou contrário,

enquanto alguém respirar,

já vi em noticiário,

muita gente ressuscitar.

FUZIL, este instrumento,

foi feito para matar,

não posso em nenhum momento,

com isso concordar.

GENOCÍDIO, este horror,

um ato mais que pecado,

de pessoas sem amor

que matam no atacado.

HIPERTENSÃO, isso que mata,

não mais existirá,

vou jogá-la numa lata,

nunca mais nos matará.

IMPERIALISMO é desleal,

já vi em tantos livros,

como causa tanto mal,

desse eu logo me livro.

JUDIAÇÃO, nunca mais,

vou enterrar num buraco,

de gente ou de animais,

sumirá mesmo, de fato.

LUXÚRIA, este pecado,

um dos sete capitais,

vou lhe mandar um recado :

- você não existirá mais.

Vou riscar o que é MALDADE,

viver sem ela é melhor,

coisa sem necessidade,

isso sabemos de cór.

NEGATIVO, é o pior,

vai sair de fininho,

positivo, bem melhor,

aqui vai ter o seu ninho.

Que bobagem, OSTENTAÇÃO,

que a tem não leva vantagem,

ela vai para o caixão,

na derradeira viagem.

Mandaria PRECONCEITO,

direto pra PQP,

contra a cidadania,

diferente é você.

QUEIXUME, o de amor,

ia pros cafundó,

chega de sentir dor

de fazer sentir dó.

REINADO, passou da hora,

a tua existência nefasta,

mando-te logo embora,

és uma coisa gasta.

O SENSACIONALISMO,

mormente de coisas ruins,

vai sair do jornalismo,

no dicionário, seu fim.

TORTURA, essa bravura,

de covardes bestiais,

esquecem que a escravatura,

é coisa de ancestrais.

UMBANDA, com todo respeito,

penso que é muito errado,

matar animais do seu jeito,

macumba de perfil macabro.

VELOCIDADE, só para o bem,

não para motos e carros,

vou expulsá-la também

e ainda lhe tiro um sarro.

XAROPE para o gogó,

este fica pra sempre,

o chato, mando sem dó,

para Marte, de presente.

ZOMBARIA é asneira,

sempre se faz ao mais fraco,

vou passar-lhe uma rasteira,

vai ficar igual a um trapo.

E assim, termino, amigos,

como se fosse autoridade,

como se tivesse poder,

não sei se concordam comigo,

procuro a felicidade,

não pude me conter,

com muita facilidade,

risquei o que não quero ter.

Auro.