Canção da pobreza
Minha terra tem barreiras
Que jamais vão acabar
Quem vive feliz é o rico
Pobre vive a lamentar.
Nossas crianças têm fome
Nossos velhos são doentes
Nossas moças sem futuro
Caem na vida facilmente.
Eu vejo nas noites frias
Muitos a perambular
Tomando bastante cachaça
Pra tristeza afugentar.
Minha terra tem miséria
Que não dá nem para crer
Pessoas com fome e frio
Que vergonha de se ver.
Minha terra tem barreiras
Que jamais vão acabar.
Não permita Deus que eu morra,
Sem ver isto terminar
Que as primícias dessa terra
Todos possam gozar
Sem qu’inda, aviste as barreiras
Que devemos derrubar.
Ezi Maria da Silva Ferreira - 2006