Quem será?

Frágil sopro de cristal,

pequeno cálice-mulher,

a que vinho

de reserva especial

tu reservas teu colo

meigo e fatal?

A que olhares particulares

destinarás os teus,

faíscas de fogo

e de vidro,

chamas acesas

no metal?

E que boca abençoada

beijará teus finos lábios,

mergulhando

em teus oblíquos

olhos sábios?

E que alma premiada

aportará em tua doçura

e se aninhará

em teus cabelos de noite?

Oh! quem será

essa criatura,

herdeira de um conto de fadas,

que te verá em flor

e em teus lindos seios

se nutrirá de amor?