D'ARC

D´Arc

lílian maial

queimando

queimando

ardendo

ardendo

sorrindo

chorando

lambendo a chama

toda lenha

crepitando perigos

convidando abismos

a sentar na mesa

dos condenados à dor

a dor é gostosa,

é tua prosa,

a doença que eu curo,

ou que provoco

eu te provoco

a dor de não ser

de não rimar

de não arrancar a pele

eu a sinto

a pele arrancada

e me impregno de sangue

circulando nas veias submersas

a teia atéia

gruda na boca

a língua louca

lambe a paixão

onde estou?

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