Canta e encanta!
Se um colibri me visitasse,
Estaria cantando a mesma melodia,
Que me encantou certa vez,
Aquele velho sabiá.
Que piou, piou e foi embora,
Com as asas de um anjo que,
Beirando minha sacada florida,
E que mesmo no inverno me acompanha.
E por encantos e desencantos, viria à mente,
A sua voz que canta como Renato,
Dizendo-me que é preciso amar as pessoas,
Como se não houvesse amanhã...
Mas porque pia tanto ainda,
Suportando ao máximo a minha amnésia forçada,
Por não querer sofrer?
Se queres assim, continue cantando..
Amanhã quem sabe posso saber,
Se a voz que calou em mim compartilhava,
Da tua canção, mesmo que anonimamente...
Canta colibri! Mas cante como meu sabiá.