OS HOMENS NÃO SÃO ÁGUIAS

Lançou no ar,

Asas da liberdade.

Partiu num ímpeto maior,

Para delinear território.

Trazia no dorso o peso da lua nascente.

Nos olhos astutos,

E no bico mortal,

Tentava em vão,

Segurar o derradeiro brilho

Do sol que a ajudava,

Na claridade da presa.

Soberana das alturas.

É o sonho da leveza,

E da garra incontida,

A ambição dos homens,

Em sentir-se livre.

Na solidão do ninho abastado,

Pelos descendentes infantis.

Contemplava de maneira perspicaz,

Quem a queria dominada.

Pelo simples motivo,

De não ter o privilegio,

Por não ter asas da liberdade.

Sua segurança,

Era justamente a beleza das nuvens,

Que a saudavam.

Nas correntes quentes,

Que a sustentavam,

Sem precisar forçar seu corpo,

Encontrava ali, um refrigério,

Para um descanso.

De membros alados,

Abraçava silenciosamente,

A natureza que a continha.

Era o símbolo da força,

E da altivez.

Dominava os olhos dos homens,

Que num brilho maior,

Demonstra sua ambição,

E sua carência,

Em não ter recursos tão vantajosos.

Esquecendo-se eles mesmos,

Da inteligência que os fazem mais superiores.

Na suposta inferioridade,

Sonham com a união,

Da força animal,

Com seu corpo projetado,

Para poder subjugar,

Quem ele acha mais fraco.

Sonhos de águia

E sonhos dos homens,

Divergem...

Um pela sobrevivência,

O outro pela ambição.

As asas para quem sabe voar,

A inteligência para quem precisa pensar.

A lua alta,

A convida ao retorno do lar conquistado.

As luzes acesas ao sonho de conquista fácil.

Águia ao alto,

Sacia-se pelo que nasce na terra.

Homens no chão,

Jogam seus sonhos para o alto.

O sol aquece suas asas,

E mais uma vez lança-se ao ar...

Asas da liberdade,

Asas de ser águia,

Asas da imaginação,

Asas para um sonho,

Asas para uma ave.

Di Camargo, 18/03/2008

Di Camargo
Enviado por Di Camargo em 18/03/2008
Reeditado em 24/03/2008
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