Metamorfose

A certa altura a vida mostra-se tão doce que chega dar medo !

Sei quem sou, quem posso tornar-me

Sei também quem não posso ser

E isso é o que me assusta

O medo toma-me, desalinha-me

De mesmo modo excita-me

Gosto cítrico do mistério que preciso, que me impulsiona

Buscar, descobrir, mudar, modificar, viver

Descubro-me hoje noutros rótulos

Num molde da divindade, o tempo

É isso! Isso sou eu, essa sou eu

Vejo que abandonei essa

Que julgava ser meu maior defeito

E ao mesmo tempo minha melhor qualidade

Diante de minha batalha interior quotidiana

Indiferença.