Vazia...Má Oliveira
E quando o lado esquerdo do peito
reveste-se de dor e decepção....
na boca sente-se o fel
prenuncio da desunião...
Mão que deveria me ser estendida
vejo segurando firmemente
a que contra mim foi erguida...
Pros meus ais, teus ouvidos se fecham
ocupadíssimos estão
com quem hoje lhe convém
chamar de irmão...
Tuas desculpas e argumentos...
tua ausência oportuna
agora posso entender...
e ainda mais faz doer...
Amizade é algo espontâneo
não há o que cobrar...
nem sempre a proporção é a mesma
entre o que se recebe e o que se dá...
e se minhas lágrimas correm
não posso te culpar...
isso faz parte da vida
um dia vai passar...
E se tudo de mim, que lhe doei
não merece consideração...
afasto-me de ti
poupando-te de, sultimente
ter que me mostrar sua posição....
pergunto-me em que momento errei...
no quanto devo ter te magoado...
vai ver é porque nunca te enganei...
por jamais máscaras ter usado...
Já bem disse Huberto Rohden:
"que nenhuma ingratidão me faça ingrato,
que nenhuma injustiça me faça injusto,
que nenhuma amargura me faça amargo,
que nenhuma maldade me faça mau"
parto...
levo o coração despedaçado...
pedindo-te perdão
por ter sido eu mesma
e ter te decepcionado...
sigo em frente,
sabendo que não estou sendo ingrata
buscando não ser injusta
pedindo a Deus que o amargo,
que neste momento me contamina,
não me torne má...
as mãos ainda geladas...
tremendo...
vazias...
nem se comparam
a como está meu coração....