O QUE FAZER ?
Juliana Valis
Sem calma, o mundo aniquila sonhos,
Enquanto a alma pede mais afeto
Além do muro insípido e concreto
Dos fatos sempre mais tristonhos...
E toda a paz que se quer na vida,
Toda a luz que se pretenda forte,
No labirinto dessa cruz rendida,
Pedem versos sem saída ou norte...
E tão dispersos, vagam nossos dias,
Procurando sentido em tudo o que existe,
Um grito mudo em doses arredias,
Nas frias ruas desse mundo triste !
Mas, no fundo, o que fazer da dor,
Se o mundo é uma fábrica de loucos,
E o nosso coração se dilui aos poucos,
Na perspectiva incerta de algum amor ?
Então, o que dizer do tempo,
Se, no enigma entre tudo e nada,
Sem escudo, o próprio sentimento,
Além da vida, ao limiar da estrada,
Supera o mar de cada trecho lento
Que o verbo "amar" constantemente brada ?
Juliana Valis
Sem calma, o mundo aniquila sonhos,
Enquanto a alma pede mais afeto
Além do muro insípido e concreto
Dos fatos sempre mais tristonhos...
E toda a paz que se quer na vida,
Toda a luz que se pretenda forte,
No labirinto dessa cruz rendida,
Pedem versos sem saída ou norte...
E tão dispersos, vagam nossos dias,
Procurando sentido em tudo o que existe,
Um grito mudo em doses arredias,
Nas frias ruas desse mundo triste !
Mas, no fundo, o que fazer da dor,
Se o mundo é uma fábrica de loucos,
E o nosso coração se dilui aos poucos,
Na perspectiva incerta de algum amor ?
Então, o que dizer do tempo,
Se, no enigma entre tudo e nada,
Sem escudo, o próprio sentimento,
Além da vida, ao limiar da estrada,
Supera o mar de cada trecho lento
Que o verbo "amar" constantemente brada ?