O velho vinho de mim...

Sou o denso amor dos meus anos

e a lembrança do que me foram

meus verdes anos de esperança.

Inconseqüentemente vivi

a envelhecer-me de tudo

e a julgar que este mesmo mundo

sempre seria o mundo jovem que tive.

Sou a sabedoria colhida

e a saudade da vida

e, já velho, sou quem sou.

Quem em mim não encontrar o amor

retorne e passe outra vez

em frente de minha alma.

Lá haverá uma escada, suba,

chegue onde estou.

Já cruzei anos de ilusão,

de amores e de solidão...

e já vivi quase tudo!

Sou o velho vinho guardado

dos prantos embriagados

e de tudo o que de mim provou

e tragou

e passou...