Barcos da Minha Poesia

(Ao dia Internacional da Poesia)

guardam ruídos do passado

lapidando, projetando ecos futuros

esculpindo sonhos , sinfonias ao luar

nos esconderijos dos olhos

num silêncio quase original, carnal...

embaralhando, decifrando mundos

remam, embarcam na saudade...

espalham oceanos, paixões

virando páginas ,delírios da vida...

esquecidos em cantos incertos

pedaços de vazios espaço ...

desfazendo ínfimas partes invisíveis

como quem fora esfarelada por dentro...

a refletir-se agora por inteira

a imagem que não era tão inteira...

apenas uma pequena sobra...

adormecida em profundos versos...

os barcos acertam a rota do infinito

o céu fica a um passo das minhas portas

os precipícios dançam atrás da cortinas

o destino une o sopro do vento

ao embalo das sonoras ondas

eternizando a doce canção-poesia.

Maria Thereza Neves
Enviado por Maria Thereza Neves em 16/03/2008
Código do texto: T902862