Barcos da Minha Poesia
(Ao dia Internacional da Poesia)
guardam ruídos do passado
lapidando, projetando ecos futuros
esculpindo sonhos , sinfonias ao luar
nos esconderijos dos olhos
num silêncio quase original, carnal...
embaralhando, decifrando mundos
remam, embarcam na saudade...
espalham oceanos, paixões
virando páginas ,delírios da vida...
esquecidos em cantos incertos
pedaços de vazios espaço ...
desfazendo ínfimas partes invisíveis
como quem fora esfarelada por dentro...
a refletir-se agora por inteira
a imagem que não era tão inteira...
apenas uma pequena sobra...
adormecida em profundos versos...
os barcos acertam a rota do infinito
o céu fica a um passo das minhas portas
os precipícios dançam atrás da cortinas
o destino une o sopro do vento
ao embalo das sonoras ondas
eternizando a doce canção-poesia.