LACOR

Sentei aqui e ainda não era noite

Já correram horas e ela veio

Tomou pra si o céu e escureceu

Não tem lua hoje

Teve muito sol já

Natureza impecável

Brisa tépida vem suave

Noite quente de veraneio

Resquícios da tarde que já foi

Ah que bela noite!

Estrelas brilham e apagam

E acendem meu louvor noturno

Descanso nessa noite essencial

Calmante, repousante, na rede

Não interessa o quanto o dia foi ruim

Só sei que a noite está bela

Está boa para sentar e olhar a nada

Ouvindo velhos discos de bossa

E no balanço da rede

E no conforto da noite

Tudo fica mais claro que antes

Delírios sutis povoam-me

Fica só mais um pouco contraditório

Em meio a esse escuro

Ninguém passa

Só as luzes das casas

Fazem-me companhia

Não tem água de coco

Não tem água de poço

Só tem gotas de orvalho

Como faz silêncio...

Consigo até ouvir as estrelas

Garças à majestosa noite

Quero no futuro

Viver somente as noites

Filosofar o noturno

Estou em paz, estou com a noite

Sorrisos brancos me sorriem

As coisas ganham disfarces

As melodias frescas

Soam junto à brisa

Dizem baixinho tristes verdades

E eu tomo posse dessas confidências

E delas faço a noite de amanhã

Boa noite, noite boa, noite noite

Yaçana Lima
Enviado por Yaçana Lima em 15/03/2008
Reeditado em 16/03/2008
Código do texto: T902572
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