LÁGRIMA É ORVALHO D´ALMA
LAGRIMA É ORVALHO D´ALMA
DE MANHÃ ABRO A JANELA DO MEU QUARTO.
TINHA CHEGADO DURANTE A NOITE.
E NÃO TINHA IDÉIA DO QUE ME ESPERAVA.
A NEBLINA DISSIPA OS TÊNUES RAIOS DO SOL.
AS ARVORES SE VESTEM DE FIOS GELADOS,
COMO TEIAS DE ARANHA.
E O SILENCIO DO INVERNO.
ESPERAVA ANUSCHKA.
A ETERNIDADE ERA MARTELO BATENDO,
QUE ESMAGAVA AS HORAS.
E APESAR DISSO EU VIA. VENDO.
.
PASSARAM-SE DOIS DIAS E ANUSCHKA NÃO VOLTOU.
DE REPENTE ELA APARECE NUM SUSTO.
COMO PODERIA TER OUVIDO O TROPEL DA TROIKA?
TRAZIA UMA ROSA APERTADA NO BUSTO.
LOUCO DE ALEGRIA QUIS ABRAÇA-LA.
ELA NEGOU E COMO UM TOQUE FÚNEBRE
RESSOOU A SUA VOZ.CALMA.
- PODEREMOS SER BONS AMIGOS.
MEUS OLHOS, SE INUNDARAM DE ORVALHO D´ALMA.
SENTI-ME ANIQUILADO.
FUI AO QUARTO, E DORMI.
ERA UM SONHO OU REALIDADE?
MAS NUNCA SERÁ COMO ANTES.
PARECE EVIDENTE; A VERDADE.
PROCURANDO NÃO FAZER RUÍDO PROCURAVA.
DESÇO DE DOIS EM DOIS OS DEGRAUS DA ESCADA.
LA FORA ERA TARDE, CONGELANDO,NEVAVA
A MINHA LAGRIMA ACUMULAVA.
.
DON ANTÔNIO MARAGNO LACERDA
Prêmio UNESCO/POEMAS/JORNAL
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