Eu e a Poesia
Eu sou a poesia
na quietude da noite
por campos sedentos
amados pelos homens
Eu sou a neve
Que desliza por montes e vales
de grandes altitudes
na masmorra do silêncio
São amarguras
Memórias do passado
quando o rio desliza
em direcção ao mar
Eu sou a estrada
em devaneios infantis
cobertos da ingenuidade
no sentido correcto
Enfim serei eu
para o caminho
incerto na continuidade
de uma ruela esburacada?