Meu veto
Deixo vazar agora, essa saudade.
Quero, de fato, sangrá-la até o fim,
Até que não exista desse amor,
Único traço, que seja, em mim
Vou banhar-me nesse pranto,
Que despejo em teu retrato...
Uma forma de limpar-me toda,
Desse amor triste e ingrato.
Foram fora os meus carinhos.
Como desprezar tanto afeto!
Todas as pedras que me atiraste,
Devolvo-las com este doído veto.
Os tempos passarão, não duvido.
E então, dias desses me verás,
Como o engano de toda razão,
Linda... Não me reconhecerás.
Estarás, eu bem sei, solitário.
Lobo faminto, de qualquer amor,
Em busca de um mesmo ninho
Que a tua maldade desonrou.
Stelamaris