Meu veto

Deixo vazar agora, essa saudade.

Quero, de fato, sangrá-la até o fim,

Até que não exista desse amor,

Único traço, que seja, em mim

Vou banhar-me nesse pranto,

Que despejo em teu retrato...

Uma forma de limpar-me toda,

Desse amor triste e ingrato.

Foram fora os meus carinhos.

Como desprezar tanto afeto!

Todas as pedras que me atiraste,

Devolvo-las com este doído veto.

Os tempos passarão, não duvido.

E então, dias desses me verás,

Como o engano de toda razão,

Linda... Não me reconhecerás.

Estarás, eu bem sei, solitário.

Lobo faminto, de qualquer amor,

Em busca de um mesmo ninho

Que a tua maldade desonrou.

Stelamaris

stelamaris
Enviado por stelamaris em 14/03/2008
Código do texto: T900599
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