Alquimica como esperança

A memória de meu sofrimento perdurará

desse triste espetáculo de morte prematura

lamentações que preciso transmutar para flores

na mistura dos dois líquidos que Vênus dispõe

formam bolhas como quando na lagoa cai chuva

para que nasçam as belas flores-cor-de-sangue nuas

e nas forças dos ventos se façam e se despedacem

enquanto molho o papel e sangro nas tintas rubras

pois que aqueles recursos comuns que já sonhamos

nas almas com repetidas cutiladas se fecharam

e seus encantos se esconderam em um repente

resta a alquimia como última esperança

da ressurreição do sentimento que quer viver

ou a memória do sofrimento perdurará.

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Joseph Shafan
Enviado por Joseph Shafan em 24/12/2005
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