Alquimica como esperança
A memória de meu sofrimento perdurará
desse triste espetáculo de morte prematura
lamentações que preciso transmutar para flores
na mistura dos dois líquidos que Vênus dispõe
formam bolhas como quando na lagoa cai chuva
para que nasçam as belas flores-cor-de-sangue nuas
e nas forças dos ventos se façam e se despedacem
enquanto molho o papel e sangro nas tintas rubras
pois que aqueles recursos comuns que já sonhamos
nas almas com repetidas cutiladas se fecharam
e seus encantos se esconderam em um repente
resta a alquimia como última esperança
da ressurreição do sentimento que quer viver
ou a memória do sofrimento perdurará.
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