Soneto a Rita (putinha, vaca ou como quiserem lhe chamar)
“Rita levou meu sorriso
No sorriso dela, meu assunto”
(Chico Buarque)
Rita levantou-se da cama e se foi emburrada.
Nem sei por que foi assim, sem deixar um sorriso ou raiva.
Bem sei, já disse um dia a ela: não sou bom de cama.
Ah! E quem me olha assim se engana:
Esse cara que vos fala não é nada
Além de sonhos espreitando de trás da fechadura.
Covarde de fôrma. Madura essência voyeur.
Rita me tirou a vida casta
E um gemido alto na alta madrugada...
E daí que fora paga? (e bem!)
Putinha, vaca ou como quiserem lhe chamar
Ela tem (e me deu) o que me convém desejar.
Eu retribuo-a com moedas que um outro lhe nega:
Palavras baratas num soneto barato de um vadio poeta.
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Inspirada na música de Chico Buarque: “A Rita”