Palavra dita de tão longe

"O desconhecido, se reconhece, ao pulsar de qualquer coração ligeiro."

Eu não sei qual idioma você fala,

não sei quais são,

as suas preferidas palavras.

Não busco os seus olhares,

não os tenho.

Não conheço sua fala,

seja ela mansa, ou agitada.

Imagino eu, o teu sorriso, límpido,

o momento que sorri, e se perde na liberdade de existir.

Eu não conheço os seus caninos.

Eu não sei de ti.

Quisera eu, estar contigo.

Quisera você se lembrar de estar comigo,

no meu inexistir, é que existo.

Faço de ti, figura imaginária,

que vaga.

Perambulando por minhas palavras,

fazendo-se estrada.

O caminho que percorro, na madrugada.

Saudade de outrora,

o seu espaço.

É o vazio que trago agora.