suplício de uma quase perdiçao
Agora que não posso te ter, você me diz que me ama
Agora que não consigo te tirar de mim
Agora que já estava oculto num lugar obscuro dos meus pensamentos
Agora que já dizia a mim mesma que você morreu...
Teria de te reviver e, já sofrendo, teria de te mandar de novo ao limbo dos meus pensamentos
Terei de te dar um novo chá, o do esquecimento
Pois reconstruí minha vida e já não posso mais voltar atrás
Refiz-me
Desfiz-me
E ainda estou procurando uma maneira de reconstruir-me novamente
Não digo que acabou com minha vida pois
Não o fez
Ainda tenho mil maneiras de viver
Mas você me fez perdê-la de vista
Fez-me esquecer quem eu sou
Quem eu poderia ter sido
Quem posso ser
Tive de me redimir de meus pecados
Pois se deixá-los em seu túmulo
Atormentariam-me como sua imagem
Que, em todos relacionamentos nada duradouros,
Me vem na cabeça
Como a primeira imagem chocante de um sonho chato
Como uma música irritante que
Ao esquecer
Vem um indivíduo e lhe lembra de sua insignificância
Por isso
Suplico que
Por favor
Vá embora.
Me deixe te esquecer.