VERSOS HOSTIS
Tomara que algum dia eu finalmente seja capaz de nascer
Que o olhar por quem se atrai meus interesses
Venha cessar sua penumbra perceptiva e possa me ver
E quem sabe eu renasça dentre o piscar desse olhar, muitas vezes!
Será que algum dia, a ventura me dará um aperto de mão?
Que os alicerces de meus sonhos passam gerar alguma arquitetura?
Nada que se componha de múltiplos andares vãos
Só o conforto de um compartimento, abrigando o que não me censura!
Quem sabe as células-tronco da moderna biogenética
Desenvolvam ouvidos capazes de captar meus códigos
Quem sabe a nuance almejada se funda à oferta cibernética
Ou me depare com algum cérebro, enamorado de meus neurônios neuróticos!
Porque já não há chão para os meus passos, nem céu para o meu vôo
Porque me sinto sufocado, nessa ínfima caixa que se chama universo
E não suporto mais o perfume a me causar tamanho enjôo
O qual exala o aroma da mordaça, a perseguir meus versos!
Eis-me aqui, esse singelo surto da invisibilidade
Eis meu grito de protesto e meu hino de esperança
Sou grato a quem confere a este grão, alguma celebridade
Mas este fruto na verdade, é saudoso de sua inocente ignorância!