LUZ
A luz da estrela está morrendo.
No céu, um labirinto, está parado.
A praia que eu amei, anoitecendo,
Meu rosto, em véus de crepe, amortalhado.
Cresce em mim um furor inexistente.
Uma música fúnebre em meu espaço,
Retiro aos prantos a mortalha, indiferente.
Crio meu leito na solidão que faço,
No murmúrio desta fonte escuto meu grito,
Desvendando o mistério da canção,
Quero, porém , nas névoas do meu sono aflito.
Traçar novamente meu rumo, meu chão,
Pois se no encanto da música, durmo.
Desse meu ninho um poema se faz
E na solidão que eu mesmo criei, eu assumo
Vivo o apogeu do amor que meu canto trás.
Mesmo adormecido na saudade
Transmite todo seu encanto
Desvenda toda a suavidade
Do nosso amor: meu acalanto.