LUZ

A luz da estrela está morrendo.

No céu, um labirinto, está parado.

A praia que eu amei, anoitecendo,

Meu rosto, em véus de crepe, amortalhado.

Cresce em mim um furor inexistente.

Uma música fúnebre em meu espaço,

Retiro aos prantos a mortalha, indiferente.

Crio meu leito na solidão que faço,

No murmúrio desta fonte escuto meu grito,

Desvendando o mistério da canção,

Quero, porém , nas névoas do meu sono aflito.

Traçar novamente meu rumo, meu chão,

Pois se no encanto da música, durmo.

Desse meu ninho um poema se faz

E na solidão que eu mesmo criei, eu assumo

Vivo o apogeu do amor que meu canto trás.

Mesmo adormecido na saudade

Transmite todo seu encanto

Desvenda toda a suavidade

Do nosso amor: meu acalanto.

Jose Carlos Cavalcante
Enviado por Jose Carlos Cavalcante em 01/04/2005
Reeditado em 01/04/2005
Código do texto: T8977