BALADAS EXPERIMENTAIS

1

Tudo folhas secas,

Seco gesto do século,

Que é o meu!

Estranhos tu e eu

Uma folha em queda livre de mim

Que germinei da terra pronto

Que fiquei tudo agora nada e sempre!

Não seja eu mais folha seca

Nem cesto de lixo abraçando restos.

Sou berços

Maternidades

Revoluções armadas decepando cabeças tiranas,

Vozes roucas

Mãos trêmulas!

Folhas verdes em preparo

Verdes tu e eu

Verdes paixões de Deus!

2

Ser tão sertão

que seja não!

Um pote de plástico

Eu objeto mudo surdo cego

E o imundo mundo na cara,

E a cara quebrada no imundo mundo

E a fala calada ferindo ouvidos.

Mudar o mudo

Mudar o mundo

Mundar o mundo

Mundo é tu e eu

E o mundo é nada.

3

Estou vindo das galáxias

Do cosmos desconhecidos

Das maclândias do infinito

Do mundo ainda não imaginado

4

Querer nascer

Impoder fazer!

Mar tudo grande ser

Ponto de partida até saber

Que moinho é ter e não ter

5

Palavra calada que fala

No meio do mundo não mais chora

Sair da boca molhada

Vindo em sequidão ca fora

Não ser só môco agora!

Ser verbos no tempo magoado

Olhar na cara desse mundo enfadado

Não ser como antes calado

Desarrumar as coisas transformado.

Eu ontem fiapo maquiado

Uma sombra pelos outros mal amado

Mexendo com a sorte pelos dados

6

Ser não!

Ser voz!

Ser corpo,

Não!

Sermão de mim em tudo!

E o tudo não é nada não agora,

É tudo pra ser moinhos,

Livros em andamento

Rostos sem tristezas

Volta do poeta ao lápis!