OBRA (IN) ACABADA
Estou pronto,
Acabado!
Virei poesia esquecida.
Virei manhãs
Ob esgotada!
Em mim as palavras dizem
A boca teima, bofeteia,
Arranca!
Em mim tudo isso é
E nada habita meus devaneios.
Estou no meio das coisas,
Mas não me estou ainda.
Que seja eu ensaios malinando bocas;
Retórica em construção
Feto em pulmão tuberculoso!
Jaz eu um inconhecível de mim
Despendurando pernas mãos palavras mentes!
Arregalando línguas na cara amarrada
Que me fita!
Não estou em formação
Nem teus gritos na maternidade se ouviram
Aqui só espera!
Tudo em mim é vil!
“morrer” um conselho.
Meu que seja também fogo terra água ar.
Até que seja também os encontros provocados
Ate te chorar como antes!
Tua boca calada,
Mudez gritante
Vinte e tantas primaveras
Não são os bocados de eras
Para o começo da mão no lápis
E as linhas ditarem signos.