INDEPENDÊNCIA

Eu não faço questão de entender e nem quero explicar

Minhas mãos não se deixam vender, nem planejam adquirir

Minha boca, quando inquirida, não se cala, nem se põe a falar

Sou platéia que não vaia, nem pretende aplaudir!

Sou um rio de alma parada e de águas correntes

Sou a nuvem que fugiu do deserto e esqueceu o inverno

Sou a fonte que já secou e que jorra torrentes

Sou o tempo que jamais começou e que também é eterno!

Sou movimento quando, ao mesmo tempo, eu me acho em repouso;

Eu me sinto coberto quando me vejo inteiramente despido

Eu me avisto totalmente retido quando me encontro plenamente solt;

Eu persisto na carona da dúvida, justamente no ato em que decido!

Eu não advogo e nem tenho a missão de punir

Quando removo, a minha intenção é complementar

A minha chegada caminha algemada com o meu partir

Eu não planejo a nada adoecer, nem pretendo curar!

O meu verso não será meu cartaz, minha visibilidade

Meu vulto não será elogio, nem será um insulto

Eu luto pelo meu mundo, sou fiel à minha verdade

As vozes que em ninguém se faz ouvir, são justamente as que escuto!

Reinaldo Ribeiro
Enviado por Reinaldo Ribeiro em 11/03/2008
Reeditado em 30/01/2012
Código do texto: T896553
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