Ar do Progresso
Triste mortalha cinzenta
cobrindo a moribunda
metrópole suicida,
qual espírito obsessor
trazendo a morte lenta
a intoxicados tórax.
Pútrefo ar que inunda
a mente ensandecida,
viciada em sua dor,
da coletividade má,
estúpida, desumana,
drogada pela procura
pelo gozo de pecados
pelo hoje e pelo já
esquecendo o amanhã.
Podre algo que emana
da crosta da terra dura
de vez, nos quatro estados.
Aqui em sólido lixo,
lá escorre em gasolina,
ali sobe em fumaça.
Além, é plasma nefasto,
besta e mortal capricho
que se diz AR DO PROGRESSO,
que às almas contamina
e todas, por onde passa,
todas lhe servem de pasto.