Ouço 


Ouço
as pedras da calçada
deslizarem suavemente
na praceta da bondade 

Ouço
o trote do cavalo
por planícies e vales
com a frescura da fertilidade 

Ouço
o choro de uma criança
no abandono de um lar
na cabana fria esburacada 

Ouço
o marejar das ondas
nesse oceano infindo
na incerteza dos destemidos 

Ouço
teu clamor de justiça
por tribunais perdidos
pelo caos incerto 

Ouço
os gritos assustados
de um animal perdido
na vastidão do Universo 

São sons
Do cosmos distante
sem sentido fechado
pedindo justiça 

São ecos
de um amor
na esperança
na preservação 

E eu
aqui fico
na solidão dos
dias em ecos
perdidos.
pedrovaldoy
Enviado por pedrovaldoy em 10/03/2008
Reeditado em 19/01/2010
Código do texto: T895795