Mãos inertes
Mãos inertes
maria da graça almeida
Mãos sobre o teclado,
reprimido esvoaçar.
Distraídas lagartas
indispostas a voar.
No rebaixo do bemol
e no sustenido olhar,
solfejando à luz do sol,
uma pausa a imperar.
Numa peça tão franzina,
que ainda sei de cor,
vejo muda a sonatina
e menor, o tom maior.
A bisar longo o acorde
o arpejo acorda a brisa
e a fuga em movimento
vaia o eco que a reprisa.
maria da graça almeida