Dança solitária
elisasantos
Nessa dança envolvente
Onde as cobras retorcidas,
Aderentes ao teu corpo,
Envolvem tua mente,
És sofisma, sombra...
Nada além de vulto.
Da intenção convincente
À ação incipiente,
O intervalo é ficção.
Nesse teatro, o último ato
É um monólogo,
Onde o palhaço
Por si lamenta.
E às gargalhadas
-Ao picadeiro!
Sabendo seu o único riso
E por qual motivo o escutará
A gargalhada é da mentira
Que a si se exige
E do palhaço que sempre será.