MEU DISFARCE

Autoria de Regilene Rodrigues Neves

Minha alma não tem vergonha de confessar

Todo sentimento nela contido,

Porém a vida me reprime em preconceitos

Que minha face disfarça em segredos do meu sentir...

Somente a poesia me liberta,

Para que eu possa voar entre versos...

Extravasar anseios reprimidos

Num coexistir de sombras

De uma vida sem expressão da alma...

Paralelo meus caminhos seguem

Em duas metades intrínsecas.

Viajo mundos para gritar

Toda liberdade em poesia

Alegria que veste meu corpo

De marcas proibidas

Agredidas pela hipocrisia do meu semelhante

Castrado na essência pelos pudores do pecado,

Mas a expressão da alma

É conquista de uma democracia

Que permitiu em poesia

O poeta se libertar!

Ela que fora estudada um dia

Pela loucura de antepassados...

Reprimidos com choques e violências

Vividas em sôfregas carências e maus-tratos

Por expressarem sentimentos,

Para evitar que o homem

Se fechasse em submundos e conflitos de gerações

Numa herança de filhos sem almas

Que precisassem de subterfúgios de uma aparência

Numa sociedade escondida em medos de sua covardia.

Contudo ainda percorremos acorrentados em moralismos

Que não firam a contravenção desta sociedade

Cativa da sua liberdade!...

Visto meu disfarce

Absorvo esta sensibilidade

Que aflora em poesia

Perseguindo em versos

Meus sonhos de liberdade...

Em 24 de fevereiro de 2008