CIDADE -E -INVASAO
Na cidade em que se privilegia motores, com cavalos destrambelhadamente mais potentes, que galopam burlando o limite da via, sem se notar que na contra-mão do asfalto,
é chicoteado um pangaré, que segue a lida diária de juntar esperanças de quem cata papeis e papelão
Lojas, lanchonete, neon , se exibem arquitetonicamente planejadas mostrando-se estruturada, diante os casebres de lata, madeirites que se amontoam edificando o símbolo de resistência a se mostrar ufanante diante o sonho da habitação .
Na vizinha legalizada, pavimentada com recursos dos que olham suas conquistas serem empoeiradas, para no período eleitoreiro o espanador do cinismo começar a se movimentar
Emergentes a trocar de guidão, para desfilar motorizada,
no renovo do exibicionismo de um ano que ainda em começou .
Na cidade sem condução, emigrantes conduzem o seu caminho labutando em marcha ré perante a sua condição
desestruturada à margem da contraditória estrutural
Cidade dos automóveis
progresso, estado, omissão
invasão para o cidadão
poder fechando olhos para
quem se move em
busca da grana do pão