A Cura

Olho para a ferida, ela sangra.

Me lembro da dor da vida; ela arde em chamas de pus

Encaro a ferida que por uma infecção idealizada foi parida.

É a vitória sobre a tristeza que me conduz...

Abaixo a cabeça, curvo-me e olho sua alma,

vou com calma e temo que a fraqueza apareça

Ignoro o medo de saber qual é a cura e o nojo que seduz.

Parece descabido: Abro a boca e meto-lhe a língua

Mais é cabido: Estou quieto lambendo minha própria ferida.