ESTE NÃO-SONETO QUE ESCREVO

Incitaram-me a escrever sonetos,

Mas esse não é o meu campo,

Prefiro espraiar meu pranto

Em estrofes sem decretos!

É que elas tomam-me assim,

Fazem-me escrava fiel,

Senhoras do meu papel,

Impõem princípio, meio e fim!

Fazem delas minha pena,

Volteiam meu verbo em rios,

A seu bel-prazer vão à cena.

Quando lhes cedo o fio

Da meada de minha pena,

Sou pião que não porfio!