Por que escrevemos?

A mente acelera.

O corpo não acompanha.

Nervosos dedos

Rabiscam o que encontram.

Olhando tudo,

Procuramos entender

O que nem sempre é possível.

Um papel, por favor, preciso escrever!

São amores, dores, sonhos.

Às vezes intimista, outras tantas no ritmo.

Nem sempre com rima.

Assim escrevemos.

Uns querem arte livre.

Outros arte acadêmica, lúcida e estéril.

Dão-se ao trabalho de ler e criticar.

Se leu e não gostou silencie.

Ninguém que escreve

Fora do circuito comercial

Afaga a crítica acadêmica.

É um espaço livre

Para se criar.

Como o filho que nem sempre é lindo,

Muitas vezes nem saudável é,

Assim o autor vê o seu texto: com amor.

Nem por isso, o amor é menor do que deveria ser.

Assim ao autor, com ou sem talento,

Dedico o meu respeito,

Bem como ao fruto de sua criação.

Escreveu, tá escrito. Melhor do que o não dito.

O só fato de sentar-se alguém

A comunicar-se com outro

É a salvação deste mundo.

Surdo, cego, rouco e louco, louco, louco...

José Antonio Callegari

jose antonio CALLEGARI
Enviado por jose antonio CALLEGARI em 21/12/2005
Código do texto: T89149