Por que escrevemos?
A mente acelera.
O corpo não acompanha.
Nervosos dedos
Rabiscam o que encontram.
Olhando tudo,
Procuramos entender
O que nem sempre é possível.
Um papel, por favor, preciso escrever!
São amores, dores, sonhos.
Às vezes intimista, outras tantas no ritmo.
Nem sempre com rima.
Assim escrevemos.
Uns querem arte livre.
Outros arte acadêmica, lúcida e estéril.
Dão-se ao trabalho de ler e criticar.
Se leu e não gostou silencie.
Ninguém que escreve
Fora do circuito comercial
Afaga a crítica acadêmica.
É um espaço livre
Para se criar.
Como o filho que nem sempre é lindo,
Muitas vezes nem saudável é,
Assim o autor vê o seu texto: com amor.
Nem por isso, o amor é menor do que deveria ser.
Assim ao autor, com ou sem talento,
Dedico o meu respeito,
Bem como ao fruto de sua criação.
Escreveu, tá escrito. Melhor do que o não dito.
O só fato de sentar-se alguém
A comunicar-se com outro
É a salvação deste mundo.
Surdo, cego, rouco e louco, louco, louco...
José Antonio Callegari