MISCIMORENA

Que dos negros olhos,

ou vermelhos, como as tardes ensolaradas.

Por onde venço o tempo,

para refluir-te no agarrar:

da tua sanha moura tardia,

ameríndia,.. negro-cabocla!

Morena dos negros olhos

vermelhos de tanto chorar,

suplicar;

de tanto amar!

Cai sobre o espectro

dum virgem pássaro,

cuja penugem de tão neve-branca: pálido!

Estampado em teu vestido fluorescente.

Ata-me no teu deflorar moçarábico.

RODRIGO PINTO
Enviado por RODRIGO PINTO em 21/12/2005
Reeditado em 27/08/2006
Código do texto: T89143