PENSANDO DE MADRUGADA

Às altas horas da madrugada,

sentado e pensando,

escrevo, só.

O que penso, falo, converso ou grito

na angústia da noite?

No voar da coruja, que grita ou pia.

Que importa o silêncio quebrado,

voado ou piado?

Eu ouço o grito distante,

Adiante, bem longe, sofrido.

Quem grita não sei.

Saberei?

Silêncio profundo, escuro,

por detrás do muro.

Chiados, pisadas, risadas,

confusos murmúrios.

Não sei se me levanto ou me deito e

sem jeito, eu falo

palavras sem som ou respostas.

Silêncio profundo na negra noite.

Na madrugada avançada,

não saberei nada.

O pensamento se vai, analisa.

O barulho.

alguém pisa

mais alto, me sobressalto,

pensando.

Se me levanto ou me deito e, mesmo sem jeito,

me ponho a dormir.

Sobressaltado, acordo, levanto-me, vou ver,

meus olhos não vêem.

A sombra fugaz que passa por traz.

Fugindo de quê ?

Paro, tento dormir.

Nada, tudo em vão.

Acordo assustado, foi sonho... então.

31/08/81-VEM.

Vanderleis Maia
Enviado por Vanderleis Maia em 21/12/2005
Reeditado em 15/08/2008
Código do texto: T89119