Catatonia
Ferve em meus sentidos essa doce vingança
Que sob meus olhos é meu purgatório inconstante
Há um dogma escondido em minhas palavras de amor
Mas meus desejos estão congelados em uma fúria agonizante
Meu corpo frígido sobrevive a essa monotonia
Implorando por uma morte em serenidade
Para que sonhar se só resta essa agonia?
Minha alma petrificada, presa em uma catatonia
Renda-se ao magnetismo
Deixe-se levar...
Movimentos previsíveis em uma alma impulsiva
Uma desesperança, meu destino eterno
Esse é meu primeiro pecado, irreversível
Mas meus olhos não enxergam além desse inferno
Corre por minhas veias esse sangue profano
Mas essa inércia transforma esse medo
Em um trágico desejo puritano
Um drama mudo, sem enredo
Soletre a composição mais perfeita
Não há como resistir a uma noite impura
Meus olhos fogem dessa miragem desfeita
Uma catatonia é o que salva minha candura
Prove desse desatino
Esse espírito não pode petrificar
Essa sabedoria me faz egocêntrica
Esse desejo me fez queimar
Entre paixão e rancor há uma voz histérica
Mas meu corpo insiste em não caminhar
Se eu dormir e meu espírito esquecer
Se essa vontade de viver apodrecer
Será a dor me deixando sem calor
Condenada a um mundo sem amor