CIGANA

Ao encontrar numa rua onde eu passava,

figura estranha que chamou a atenção,

ao seduzir-me ela também me encantava,

então pediu- me para ler a minha mão.

Estranha era e até me causava medo,

eu não queria expor, o meu segredo,

havia coisas que eu precisava esquecer.

Mulher estranha, ela foi muito insistente,

pegou minha mão e foi lendo bem ligeira,

embora eu até tenha sido intransigente,

ela narrou, quase a minha vida por inteira.

Dos fracassos na minha vida amorosa,

e das mulheres que eu já tivera antes,

era estranha aquela mulher charmosa,

pois falou tudo da minha vida de galante.

Após um tempo já estava empolgado,

com relatos que somente eu conhecia,

muito estranha, até me fiz de rogado,

ao desviar-me de tudo que ela dizia.

Ao terminar de falar da minha vida,

daquilo que eu já vivera ou viveria,

mais estranho ainda foi sua despedida,

foi-se embor, sem cobrar o que fazia.

14-02-08- VEM-