Relicário
deixei morrer em mim
as palavras doces,
os poemas românticos,
as rimas melosas
plantei nas pedras
flores de concreto.
cultivei cactos
pra não dizer espinhos
cavei minha cova,
usei as unhas como ferramenta.
sete palmos foram poucos
para o tamanho da minha mágoa
hoje carcomido
espero a hora que não chega,
minhas lágrimas já não caem...
que morte injusta!